segunda-feira, 22 de junho de 2009

O infiltrado

Quinta-feira, 18 de junho de 2009. São Paulo e Cruzeiro se enfrentaram no Morumbi pelo jogo de volta das quartas-de-finais da Copa Libertadores da América. Entre os 50.908 pagantes, eu estava lá, mais precisamente na poltrona A900 do setor amarelo.

Bom, até então, eu não conhecia o Estádio Cícero Pompeu de Toledo ou Morumbi. E ao receber o convite do meu amigo são-paulino (ou bambi, se preferirem) Thiago Martins não hesitei, fui. E realmente é tudo o que dizem. Infra-estrutura, organização, segurança e mais um leque enorme de virtudes. É mais do que merecedor o rótulo ao São Paulo Futebol Clube de equipe mais planejado, mais inteligente, mais "padrão europeu" do futebol brasileiro.

No entanto, como nas três últimas edições, isso não foi suficiente para o Tricolor sagrar-se tetracampeão do torneio intercontinental. O algoz dessa vez, o Cruzeiro de Belo Horizonte, podendo empatar fora de casa, jogou de maneira esperta e acabou nocauteando o rival com requintes de crueldade no final da partida; 2x0 com direito a dois jogadores do time do Morumbi expulsos, um golaço de fora da áráea e um gol de penâlti do "odiado" Kléber, o Gladiador.

Já teci melosos elogios ao Morumbi, perfeito até nos mínimo detalhes (jardins, poltronas ,símbolos, gramado excelentes ; o sistema de venda de comida e bebida com parceria com a Habib´s) Agora vamos à torcida. O que me chamou mais a atenção foi a falta de paciência com o atacante Washington e com Hernanes, est(á certo que ambos deixaram a desejar (até pouco tempo atrás o camisa 10 era um craque inquestionável), porém pedir Dagoberto com 25 minutos de jogo é exagero. Outra coisa é a veneração pelo técnico Muricy(um dia após o jogo o ranzinza treinador seria demitido ; Ricardo Gomes ex-Bourdeaux o substituirá) e ao zagueiro André Dias, mesmo depois da expulsão foi aclamado pela massa tricolor. Vale ressaltar também que mesmo machucado, o nome de Rogério Ceni não deixou de estar na boca dos são-paulinos.

A verdade é que a torcida tricolor, acostumada com vitórias e títulos nesses últimos tempos, estava super confiante. O problema é que o time mineiro mostrou mais tarimba, mais eficiência e entristeceu os milhares de tricolores, os quais mesmo com a fama de "pó de arroz"(ou seja, só vão ao estádio quando o time está bem), souberam perder e reconhecer a superioridade dos azuis celestes. Na saída, dava pra ver o descontentamento nos semblantes, como era de se esperar, contudo misturava-se também um sentimento de que dias melhores virão, afinal de contas, o elenco, o planejamento e a determinação que o atual pentacampeão brasileiro vem mostrando nesses últimos anos são extrememamente relevantes, vide o exemplo do Brasileirão ano passado. Se eu fosse você não duvidaria do poder de reação deles.

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