terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Entrevistas - Bernardo (Vasco da Gama)

Imagine esta cena: o cronômetro bate os 45 minutos do segundo tempo e o seu time está deixando escapar um título de Campeonato Brasileiro que não conquista há 11 anos. Eis que você recebe um cruzamento primoroso da direita e, após rebote do goleiro, você se torna o responsável por decretar uma vitória que, além de dar uma sobrevida à sua equipe, levaria emoção para a última rodada do Brasileirão.
Pois bem. Novo xodó da torcida vascaína e autor do gol que adiou o título brasileiro do Corinthians, o meia-atacante Bernardo é o entrevistado da vez aqui no Ritmo de Jogo.Nascido no dia 20 de maio de 1990, na cidade de Sorocaba-SP, Bernardo Vieira de Souza começou a mostrar o seu potencial para o futebol nos juniores do Cruzeiro. Depois de se destacar durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2009, torneio no qual Bernardo, diga-se de passagem, terminou como artilheiro, o meia acabou promovido para a equipe profissional do clube mineiro.
No time principal, o meia chegou a fazer parte do plantel que disputou a final da Libertadores daquele ano. Apesar de ter sido elogiado pelo então treinador Adílson Batista, Bernardo não conseguiu se firmar na equipe celeste e, em maio de 2010, acabou sendo emprestado ao Goiás.
Depois de altos e baixos no clube goiano, Bernardo foi novamente emprestado, desta vez ao Vasco da Gama, com o intuito de deslanchar e acabar com a desconfiança por trás do seu futebol.
Consolidação no futebol brasileiro, aprendizado com Juninho Pernambucano e sonhos de carreira estão no meio das várias histórias que o jovem Bernardo nos conta, através de entrevista por e-mail, só aqui no Ritmo de Jogo.

(Jonas) - Você foi o artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2009. Conte para nós como foi disputar e despontar em uma competição que contava com jogadores renomados hoje em dia, como Neymar, Oscar, Alan Patrick...

(Bernardo) - É uma experiência única poder jogar nessa nova era que conta com jogadores que brilham e se destacam ainda tão jovens, e ainda uma honra. No futuro, poderei dizer que joguei lado a lado com jogadores de grande qualidade e que valeu muito tudo o que passei.

(Jonas) - Ainda em 2009, você participou do vice-campeonato da Libertadores pelo Cruzeiro. Como foi disputar e chegar à final de uma competição tão familiarizada com a torcida e com a equipe do Cruzeiro? Qual foi o sentimento após a segunda partida contra o Estudiantes?

(Bernardo) - Foi muito importante participar disso tudo, pois ganhei experiência em disputar competições internacionais, ainda mais sendo a Libertadores, a competição mais importante das Américas. Após o segundo jogo, foi um sentimento de tristeza, pois trabalhamos muito em busca do título, mas não deu.

(Jonas) - Explique para nós como foram suas passagens por Cruzeiro, Goiás, e como é o ambiente atualmente no Vasco.

(Bernardo) - O Cruzeiro foi o clube que comecei, cheguei lá com 12 anos. No Cruzeiro tive a oportunidade de jogar competições em alto nível. Por isso acho que foi bom o tempo em que estive lá. Já no Goiás foi diferente. O clube passou por problemas internos, com muitas mudanças de técnicos. Por isso foi mais difícil.
No Vasco, o ambiente é maravilhoso, todo mundo se dá bem e o grupo é unido com a comissão técnica. O Vasco hoje tem uma estrutura muito boa para se trabalhar.

(Jonas) - Hoje em dia, está cada vez mais comum a ida de jovens jogadores para o futebol do exterior. Houve alguma proposta ou sondagem de algum clube europeu no seu futebol? De qual clube?

(Bernardo) - Proposta real nenhuma, muita sondagem sim, o que é normal no mercado da bola. Mas acho que foi importante eu permanecer no Brasil e me consolidar como jogador profissional.

(Jonas) - Com apenas 21 anos, você já se destacou como um exímio cobrador de faltas. Conte para nós como é treinar e atuar ao lado do Juninho Pernambucano, um dos melhores cobradores de faltas da história do futebol.

(Bernardo) - O Juninho é um ídolo. Ele tem aquele conhecido futebol brasileiro nos pés e é sempre bom contar com as dicas dele e de outros. A experiência de poder conviver dia a dia ao lado de grandes jogadores como ele, o Éder e o Diego (Souza) é única.

(Jonas) - Muitos não sabem, mas você tem o futebol no sangue, já que o seu pai é o ex-atacante de Palmeiras e Fluminense, Hélio (jogou também pelo Bahia, Vitória e Sport). Você se espelha no "paizão"? Ele te dá muitos conselhos em relação à sua carreira?

(Bernardo) - Com certeza. Meu pai é um dos meus maiores ídolos e conto com os conselhos dele como pai e como jogador mais experiente.
(Jonas) - Como todo mundo sabe, as Olimpíadas de 2012 estão se aproximando. Você, que possui idade olímpica (21 anos), sonha em disputar os jogos de Londres?

(Bernardo) - Acho que todo jogador sonha em disputar grandes jogos, contra grandes seleções e sair campeão, principalmente representando o seu país de origem, o que é uma honra. No meu caso, acho que isso não seria uma exceção e me faria também amadurecer e ter mais experiência.

(Jonas) - Além das Olimpíadas, outra ambição do torcedor brasileiro é a Copa do Mundo de 2014. Com um pouco mais de dois anos para o início da competição, a participação na segunda edição de Copa do Mundo no Brasil está em seus planos? (PS: A Seleção Brasileira está em escassez de bons cobradores de faltas...)

(Bernardo) - A Seleção Brasileira é um espelho para que os jogadores possam ser vistos e ter maior destaque mundialmente. Quero sim, ainda ser convocado futuramente para representar o nosso Brasil e ainda marcar alguns gols.

(Jonas) - Por fim, se um dia você tiver que deixar o Vasco para uma eventual ida para o futebol europeu, para qual clube gostaria de ir?

(Bernardo) - Temos muitos clubes de ótima qualificação no Brasil e no exterior. Quero ir à um clube que me dê a oportunidade de mostrar o meu futebol, assim como o Vasco me deu ano passado. E como vocês puderam ver, eu não os desapontei. Barcelona, Milan, Real Madrid, Porto, Manchester (United), quem sabe?
Apesar de ter adiado a decisão do Brasileirão, o gol de Bernardo não foi suficiente para acabar com jejum de 11 anos dos vascaínos. Porém, com a vaga assegurada na Libertadores deste ano, quem sabe desta vez, Bernardo não consiga trazer a taça mais cobiçada das Américas para São Januário, afinal, estrela e futebol o garoto tem de sobra.

PS: Bernardo já era assunto aqui no Ritmo de Jogo desde o começo da carreira >>> http://ritmodejogo.blogspot.com/2009/01/de-olho-nele-bernardocruzeiro.html

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