quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Futebol para todos"

O futebol argentino viveu dias complicados nas últimas semanas. Com a maioria dos clubes afogados em dívidas, apresentando dificuldades até em honrar os salários dos jogadores, a AFA (Associação de Futebol Argentino) recorreu à empresa detentora dos direitos televisivos (TSC - Televisión Satelital Codificada) e solicitou um aumento substancial das cotas com o intuito de resgatar as finanças das equipes portenhas.

A empresa que é um canal pago, não aceitou a proposta e ofereceu apenas um adiantamento. A AFA preferiu romper o contrato, o qual dava a TSC exclusividade absoluta até 2014, e deixou o campeonato local com o futuro incerto, tanto é que o início do Nacional estava programado para o dia 14 e foi adiado até que tudo se regularizasse.

Foi então que o governo resolveu intervir. Hoje, a presidenta Cristina Kirchner assinou um acordo com a Federação e concedeu os direitos de transmissão à TV aberta para os próximos 10 anos.

A TSC pagava 268 milhões de pesos (R$ 128 milhões) por temporada, já o Governo investirá 600 milhões anualmente (aproximadamente R$ 287 mi).

Apaziguado o imbróglio, o Apertura começará amanhã com dez jogos da primeira rodada que passarão no canal 7, de propriedade estatal. Posteriormente, os direitos serão negociados com quatro redes abertas, ou seja, além de sair como "herói" da história, a Casa Rosada também arrecadará alguns.

Mas o que vale é que o futebol deixou de ser monopólio de um canal a cabo a ser um entretenimento democrático e acessível a todos. Sem contar que os clubes receberão uma cifra um pouco mais polpuda para saírem do "vermelho". Se é o suficiente, não sabemos, mas que o Governo fez a sua parte, isso é incontestável.

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