terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O fenômeno Azulão

No começo dos anos 2000 emergiu no cenário nacional futebolístico um tal time de camisas e calções azuis escuro, fundado poucos anos antes (1989) e que após uma ascensão meteórica,já estava disputando títulos extremamente importantes como o Brasileirão e a Libertadores. Esse time foi o São Caetano ou, carinhosamente, Azulão.

Com apenas dois anos de existência, o time do ABC paulista já conquistava a Terceira Divisão do Campeonato Paulista(91). Em seguida, passou alguns na A-2 até ser rebaixado e ter que começar tudo novamente. Em 1998 com o novo acessso no Estadual e o vice da Série C do Brasileirão deu-se início uma arrancada alucinante. A partir daí, o Azulão colecionou inúmeros acessos até chegar á elite nos dois campeonatos em questão e garantiu um expressivo reconhecimento no país do futebol.

O ano 2000, o ano da famigerada Copa João Havelange (formulada com dois módulos, um com times da Série A, outro com times da Série B, e posteriormente, os mais bem colocados de ambos as chaves se enfrentariam) foi quando o Brasil inteiro se rendeu ao brilho do perspicaz clube paulista. Sob o comando de Jair Picerni, o São Caetano se classificou em segundo no módulo amarelo (times da Série B) e derrubou times tarimbados como o Fluminense,no Maracanã lotado, (Golaço de Adhemar, o canhão do Anacleto Campanella e o maior artilheiro do clube), o Palmeiras e o Grêmio, chegando à final contra o Vasco. Aí, todos se lembram da homérica tragédia no São Januário, a qual ocasionou ferimentos graves em centenas de pessoas. Dentro de campo a taça acabou ficando nas mãos dos cruzmaltinos, contudo, após essa campanha, o Azulão era a surpresa bem-vinda.Um ano depois o ''pequeno gigante'' estava nas paradas novamente e outra vez em uma final de Brasilierão. Apesar de contar com a torcida e o carinho do Brasil inteiro, o Azulão não foi páreo para o Atlético-PR.

O ano de 2002 foi ímpar, o ano da projeção internacional. Inacreditavelmente, o Azulão tornou-se o time finalista mais novo da história da Copa Libertadores da América. E o caminho até lá foi árduo. Universidad Católica, Peñarol e América do México são as principais vítimas que sucumbiram á menina dos olhos do futebol tupiniquim.Só pra lembrar, na finalíssima, o Olímpia do Paraguai saiu campeão vencendo nos penâltis. *** Primeiro jogo em Assunción : Olimpia 0x1 São Caetano /
Segundo jogo no Pacaembu : São Caetano 1x2 Olimpia

Nos anos que se sucederam, o Azulão já era um clube respeitado e temido pelos grandes e por conseguinte, colecionou boas colocações e classificações e um legítimo prestígio nos torneios que disputou.

Até que em 2004, o azar e a fama de vice foram escurraçadas de uma vez por todas. Com Muricy Ramalho de técnico, a estrela cadente conquistou seu primeiro título de peso, o Campeonato Paulista daquele ano. Enfim, esse foi o fenômeno oriundo do Grande ABC que arrasou o futebol brasileiro no começo do século. Obviamente, o Azulão não consegiu se manter entre as principais equipes nacionais por muito tempo, mas mesmo assim até hoje possui o mais cristalino respeito de seus adversários. Parabéns AD São Caetano. É realmente muito difícil se tornar um time de ponta com essa velocidade em um país onde o futebol é muito competitivo e incompetente.***Mas nem tudo são flores na história perfumada do time azul. No mesmo ano de 2004, em outubro,o zagueiro Serginho sofreu uma parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o SPFC. Se houve negligência no atendimento, falta de ambulâncias capacitadas, despreparo médico por parte do São Caetano, isso tudo foi exaustivamente debatido na época. No entanto, com o dramático incidente, nunca mais faltou o tal do desfibrilador nos estádios brasileiros e nunca mais aconteceu algo parecido.. Parece que aprendemos com o erro.***

Panorama atual : Atualmente, o time venerado pela ''Bengala Azul'' está na principal divisão do Paulista e na Série B do Brasileiro,quando caiu em 2006.

Confira o paradeiro de alguns jogadores que conquistaram notoriedade jogando pelo Azulão

Gilberto: Tottenham
Fabrício Carvalho: Portuguesa
Marcinho: Atlético Paranaense
Somália: Náutico
Triguinho: Santos
Mineiro: Chelsea-Inglaterra
Canindé: Criciúma
Dinhinho: Santo André
Marcelo Mattos: Panathinaikos-Grécia
Magrão: Internacional-RS
Anaílson : Atlético-GO
Adhemar : largou o futebol convencional e se engajou na carreira de kicker no futebol americano
Silvio Luiz : Boavista-RJ



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