Mourinho versus Ramadã

Mais uma polêmica para a extensa lista do treinador português. Desta vez, o oponente não é a imprensa, não é outro jogador, muito menos outro treinador ou dirigente. Quem está soltando cobras e lagartos contra Mourinho é a religião islâmica.

Pra que não sabe, o Islã, a religião majoritária entre os povos árabes, tem alguns rituais peculiares, como por exemplo o Ramadã, que é um jejum que dura aproximadamente 1 mês. Durante esses quase 30 dias, os fiéis do Profeta Maomé não podem comer, nem beber quando houver luz do Sol, são proibidas também as relações sexuais e o ato de fumar, além das 5 orações diárias obrigatórias.

Qual a ligação das duas coisas está perguntando você. Pois bem, a Internazionale possui em seu elenco o ganês Muntari, adepto do Alcorão e consequentemente do sacrificante jejum. Mourinho, insatisfeito com a perfomance do jogador, visivelmente extenuado, contra o Bari, no último domingo, o tirou com apenas 30 minutos de jogo e metralhou contra o preceito islâmico. Quem fala o que quer, ouve o que não quer.

Não demorou muito para que entidades do alto escalão da religião revidassem a crítica sob o argumento de que a medicina esportiva está muito avançada e que a parte espiritual do atleta acabaria compensando. Além de retrucar, também aproveitaram para alfinetar a língua solta do técnico luso, que adora uma manchete.

Em breve, uma matéria sobre as dificuldades que os estrangeiros encontram em países como Emirados Árabes, Qatar, Arábia Saudita, onde a cultura, como vocês podem perceber acaba atrapalhando um pouco.