terça-feira, 11 de outubro de 2011

Inversão de papéis na África

Imagine uma edição de Campeonato Brasileiro onde clubes como Santos, Corinthians, Flamengo, São Paulo, Internacional e Cruzeiro não pudessem participar.
Guardadas as devidas proporções, assim será a Copa Africana de Nações do ano que vem, disputada no Gabão e na Guiné Equatorial. Tradicionais no continente e donos de 15 dos 27 títulos disputados, Egito, Camarões, Nigéria, África do Sul, Argélia e Togo não conseguiram a classificação para o torneio e, por tabela, inverteram de papéis com algumas seleções desconhecidas.

Soberana no continente, a seleção do Egito foi a que mais causou frissom com a sua "não-classificação". Donos de sete canecos e atuais tricampeões, os egípcios encerraram uma sequência de 14 participações consecutivas após uma derrota por 2 a 1 no mês passado, para Serra Leoa.
Além de perder seus principais campeões, a Copa Africana de Nações também estará desfalcada de alguns de seus principais jogadores. O camaronês Samuel Eto'o, o jogador mais bem pago do planeta, o togolês Adebayor, o sul-africano Pienaar e o egípcio Zidan são exemplos de jogadores que serão obrigados a assistir o torneio pela televisão.
Por outro lado, a competição promoverá a estreia de três seleções e o renascimento de outra.
Debutantes, as seleções de Botsuana, Níger e Guiné Equatorial (país-sede) terão a oportunidade de mostrar do que são capazes em âmbito continental.

Primeira equipe a carimbar o seu passaporte para a competição, as "Zebras", como é apelidada a seleção da Botsuana, garantiram a sua vaga após vencer por 1 a 0 a seleção do Chade, em Chade.
O autor do gol da classificação e o destaque da seleção do "país dos diamantes" é o atacante Jerome Ramatlhakwane (foto). Com cinco gols, o atacante da equipe sul-africana do Vasco da Gama é um dos artilheiros das eliminatórias para a Copa Africana de Nações.

Outra estreante é a equipe do Níger. Classificados devido a uma grande confusão envolvendo o regulamento das eliminatórias em um grupo que tinha África do Sul e Egito, os nigerinos depositam suas esperanças de uma boa primeira participação em Copas Africanas de Nações no atacante Moussa Maazou (foto). Atualmente no Zulte Waregen-BEL, Maazou possui experiência em competições importantes, pois já defendeu clubes como CSKA Moscou, Monaco e Bordeaux.

Para finalizar a lista de estreantes, a seleção de Guiné Equatorial é considerada a pior entre as 16 participantes (152º no ranking da FIFA). Classificada automaticamente por ser uma das sedes, Guiné Equatorial possui em seu elenco três brasileiros: o goleiro Danilo Clementino (Salgueiro-PE) e o atacante André Neles (América-RN, ex-Palmeiras, Internacional e Atlético-MG e Benfica-POR). Além dos brasileiros, outro "destaque" é o meia Javier Balboa, ex-Real Madrid e atualmente atleta do Beira-Mar, clube de Portugal.
Outro aspecto positivo desta Copa Africana de Nações é que o torneio também será palco do renascimento de uma seleção. Mesmo estando em meio a conflitos devido à queda do ditador Muammar Kadhafi, a Líbia demostrou força de vontade, superou adversidades e garantiu a vaga para a competição pela terceira vez em sua história. Dirigida pelo treinador brasileiro Marcos Paquetá (foto), a equipe da Líbia somou 12 pontos e se qualificou como uma das melhores segundas colocadas das eliminatórias.
Só para lembrar, disputarão a Copa Africana de Nações de 2012 as seleções de: Gabão, Guiné Equatorial, Mali, Marrocos (campeã em 1976), Guiné-Conakri, Zâmbia, Senegal, Burkina Faso, Níger, Costa do Marfim (campeã em 1992), Gana (campeã em 1963, 1965, 1978 e 1982), Angola, Botsuana, Tunísia (campeã em 2004), Líbia e Sudão (campeã em 1970).

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