terça-feira, 10 de novembro de 2009

Futebol pernambucano em frangalhos

Os times de Pernambuco, embora tenham conquistado poucos títulos nacionais (o Sport conquistou aquele controvertido Brasileiro de 87 e a Copa do Brasil do ano passado), possuem um certo prestígio e importância no futebol brasileiro, principalmente quando tormentam times tradicionais.

As dificuldades encontradas pelos rivais quando enfrentam as agremiações recifenses são visíveis. Estádios lotados, torcida fanática, times perigosos, jogadores veteranos e revelações querendo mostrar serviço... Enfim, desembarcar em Pernambuco para enfrentar o trio (Sport, Náutico, Santa Cruz) local nunca foi tarefa fácil.

No entanto, em 2009 esse retrospecto caiu por terra. O Santa Cruz, despencando pelas divisões desde 2006, seu último ano na Série A, encontra-se, atualmente, no descalabro da Série D, ou 4ª divisão. Este ano, a "Cobra Coral" não conseguiu, sequer, passar da 1ª fase do torneio e dependerá de sua campanha no Pernambucano do ano que vem pra disputar a recém-criada Série D novamente.

Os dois que sobraram, literalmente, estão com a corda no pescoço. O Náutico, quase rebaixado em 2007 e 2008, parece que já atingiu o limite de erros e incompetências e é um fortíssimo candidato ao descenso nessa temporada. O Timbu é o penúltimo colocado com 35 pontos, seis atrás do Botafogo, 16º colocado e o primeiro a se livrar da degola.

Situação pior vive o time da Ilha do Retiro. O Sport, que no 1º semestre disputou a Libertadores e só foi eliminado nas oitavas pelo Palmeiras e nos penâltis, decepcionou sua torcida com uma campanha pifia no Brasileirão deste ano. O clube é o último colocado e está virtualmente rebaixado, já que terá pela frente nos seus últimos jogos, São Paulo e Palmerias, os líderes da competição.

E não é só dentro de campo que o trio nordestino está em crise. Nas finanças, as dívidas deles juntos chegam a R$210 milhões, sendo que a maior parte dos débitos referem-se a ações trabalhistas de jogadores. Vários patrimônios já foram hipotecados pela Justiça, dezenas de sentenças já foram declaradas, no entanto, as reclamações judiciais contra eles estão longe de ter um fim.

Por exemplo, os ex-jogadores Ney e Leomar e o técnico Émerson Leão recebem, mensalmente, R$ 50 mil do Sport por terem ganhado na Justiça suas causas contra o Sport.

Infelizmente, os times pernambucanos terão que pagar seus pecados longe da elite do futebol brasileiro e terão que suar muito para voltar ao status que conquistou ao longo dos anos. Entristece o fato de que, em todo esse lamaçal, os maiores prejudicados são os torcedores que não têm culpa alguma dessa conjuntura desoladora.

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