sábado, 8 de dezembro de 2012

Ex-Mirassol relata situação da Guatemala pós-terremotos

Confira minha reportagem com Neto Mineiro, atacante do Deportivo Marquense, sobre os terremotos que assolaram o oeste da Guatemala no início do mês passado. (Publicada em 14/11/12 - Diarioweb/Diário da Região)

Os terremotos que causaram mais de 52 mortes no oeste da Guatemala, na semana passada (quarta-feira, 7), assustaram o atacante Neto Mineiro, ex-Mirassol. Aos 28 anos e há um ano e meio no Deportivo Marquense, clube que disputa o Campeonato Guatemalteco, Neto contou que nunca havia passado por tal situação.

"É a primeira vez que eu presencio um terremoto. É uma sensação de desespero porque tem muita gente correndo e gritando. Mas, graças a Deus, minha família estava comigo no carro (no momento dos tremores)", relatou o atacante.


Morador de San Marcos, cidade próxima do epicentro do terremoto, Neto confirmou o alvoroço que o país da América Central vive. "Muitas pessoas continuam feridas. Em uma aldeia aqui perto morreram dez pessoas de uma mesma família. Estamos em estado de calamidade", contou.


Segundo estatísticas oficiais, mais de 1,2 milhões de pessoas de oito departamentos do planalto ocidental da Guatemala foram afetadas por problemas nos serviços de energia, água potável, comunicação e transporte, na maioria dos casos já restabelecidos.


Futebol na Guatemala


Com passagens por Olímpia, São Caetano, Grêmio Barueri, Santacruzense, São Bernardo, XV de Piracicaba, Velo Clube, Osvaldo Cruz, Botafogo-SP, Campinense e Mirassol, Neto Mineiro explicou como é a estrutura do Deportivo Marquense, atual nono colocado do Apertura do "Guatemaltecão" (campeonato com doze times). "A estrutura do clube é excelente. Não estamos tão bem como no ano passado, mas dá para brigar pelo título. O primeiro objetivo é classificar entre os oito. Temos time para isso", disse.


Longe da 'vitrine' do futebol mundial, o brasileiro afirmou que os países da América Central viraram destinos de vários jogadores brasileiros nos últimos anos. "Por aqui passaram muitos jogadores brasileiros. Apenas na liga principal, tem 13. Como no Brasil, os campeonatos importantes acontecem nos primeiros seis meses do ano, a gente prefere arriscar algo fora. O salário é, muitas vezes, melhor", explicou.

Artilheiro da equipe com quatro gols em 19 rodadas, o atacante lembra com carinho da sua passagem pelo Mirassol. "Cheguei depois de fazer uma Série A3 pela Santacruzense, onde fiz 15 gols em 13 jogos. Joguei quatro partidas pelo Mirassol na Série C (Brasileirão) e fiz três gols. Mas daí tive uma lesão no ligamento do joelho. Tinha mais um ano de contrato, porém, acreditei numa ideia enganosa do meu empresário, que me disse que eu iria para o Vila Nova-GO, e fui parar no Campinense-PB, onde tive três meses e salários atrasados. Fiquei muito triste, pois no Mirassol me sentia em casa. Ainda tenho esperanças de um dia voltar a vestir a camisa do Mirassol", finalizou.

Link: http://migre.me/bQtKP


- O Deportivo Marquense terminou a fase classificatória na oitava colocação, com 26 pontos, e conseguiu avançar no campeonato. Entretanto, nas quartas-de-final, enfrentou o Comunicaciones, o melhor time da competição, e foi eliminado da briga pelo título (empate por 2 a 2 no primeiro jogo, em casa, e derrota por 3 a 0 no segundo, fora). Neto Mineiro terminou sua participação no Apertura com 7 gols em 24 jogos.

PS: Meus agradecimentos ao Club Deportivo Marquense, ao Nuestro Diario (jornal guatemalteco) e ao atacante Neto Mineiro pela ajuda na realização desta reportagem.


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